Jun 24, 2016

Dramas


O primeiro dia de férias foi hilariante. Quer dizer, agora até me riu mas na altura só me apetecia chorar. "E o que é que aconteceu assim tão grave para quereres chorar Ana?" estão vocês a pensar. Sabem aqueles dias em que mais vale não sair de casa? Este bem podia ter sido um desses dias.
Tudo começou no aéroporto de Basel, na correria do check-in, perguntaram-me se também queria despachar as malas de mão, e eu, fartinha que estava de andar com tralha atrás de mim, disse que sim e lá se foram as minhas malas. Guardei apenas uma delas comigo porque levava a comida do Mathias e mudas de fralda e roupa para ele. Pelo menos era o que eu pensava porque na verdade despachei a mala errada e fiquei sem rigorosamente nada para o miúdo. Drama n°1 do dia. Ele foi correr o aeroporto todo à procura de uma loja que vendesse umas míseras fraldas e acabámos por encontrar mesmo quando estávamos perto de desistir.  
Drama n°2 do dia, já na zona de recolha de bagagens, havia imensa gente à volta do tapete. Alguns empurrões e cacetadas, todos com medo que lhes roubem as malas de certeza. As nossas começaram a aparecer mas uma ficou para trás. Aliás uma ficou mesmo no aeroporto de Basel. Perdemos uma hora a preencher papéis, a fazer identificação de mala, a vasculhar os outros tapetes, mas nada. A mala ficou mesmo em Basel. Conclusão, a mala viria no próximo avião para o Chipre e seria entregue no hotel. Até lá tinha de viver sem ela. O maior drama é que tudo o que vinha lá dentro era meu, sapatos e maquilhagem imaginem só a minha angústia. Claro que prefiro que se perca essa que a do meu miúdo, mas olhem a minha vida sem sapatos e sem maquilhagem? A minha sorte foi ter levado dois ou três pares noutra mala e de levar algumas coisas de maquilhagem também noutra mala.
Drama n° 3 do dia, chegados ao Chipre, dirigímo-nos ao hotel para nos pudermos instalar antes de ir jantar. Na recepção, fomos informados de que houve um problema no nosso quarto e que infelizmente tínhamos de ir para outro hotel por uma noite. Fiquei embasbacada. Como assim há um problema? WHAT? Estive para lhes saltar ao pescoço. Mas pelo menos já tinham arranjado tudo com o hotel da frente para que pudessemos ser instalados na hora.
Drama n°4 do dia, alugámos um carro no aeroporto, andámos sensivelmente 30 minutos até chegarmos ao estacionamento do hotel. Depois de fazer o check-in, decidímos ir ao centro da cidade jantar e para isso fomos de carro. Pois, só que o carro não tinha bateria. Em cinco minutos que deixámos o carro, a bateria foi-se. Telefonámos ao número da assistência que nos tinha sido fornecido na agência, mas para cúmulo dos cúmulos, o senhor que nos atendeu não percebia patavina de inglês. Muitoesforço para compreender o que o senhor dizia e muito mais esforço para o fazer compreender o que nós dizíamos. Meia hora depois chegou uma senhora muito elegante, de saltos altos, chave de fendas numa mão, bateria nova na outra e arranjou o carro.
Quando o dia terminou, quando o Mathias já dormia tranquilamente, eu e o meu marido desfizemo-nos a rir. Como é que num único dia tanta coisa podia correr mal? Felizmente, tenho o marido mais positivo à face da terra. O meu homem acaba por ver sempre coisas positivas em tudo e eu acabo por ir na onda dele.
No dia a seguir, quando chegámos ao nosso verdadeiro hotel, fomos muito bem acolhidos e devido às perturbações que nos causaram, ofereceram-nos um quarto maior e mais bem posicionado e ainda nos ofereceram varias refeições e bebidas.
O carro não voltou a avariar, apesar de ter feito uns barulhos esquisitos andou sempre bem e levou-nos a todo o lado.
A mala foi-me entregue no hotel dois dias depois com tudo direitinho e sem estragos. A maquilhagem e os sapatos foram calorosamente recebidos por mim.
E as férias correram que foi uma maravilha.

2 comments:

  1. Bem! Ana de facto foi muito azar, mas pensa pela positiva... sem esses azares não tinhas essa história para contar! É sempre o que acho.
    Beijinhos

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    1. Claro que sim Patrícia! São estas aventuras que tornam as coisas interessantes! Se queres que te diga, sõ me enervou mais porque estávamos com o nosso filho e perdemos muito tempo com estes contratempos. Se estivesse só com o meu marido teria-me rido à grande! =)
      beijinho

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